SAÍ DE MIM...

Saí de mim

p’ra me olhar à distância,

e conseguir assim,

aquilatar da minha constância...

Não vejo desta atitude

o porquê...

Sair de mim

p’ra quê,

se não atinjo a plenitude!

A dissonância que me confunde,

a dúvida que em mim se infunde,

provam o ser complexo que sou...

Vivi, pouco vivendo,

olho em redor, pouco vendo,

e o júbilo... apenas por mim passou!

Saí de mim...

p’ra me olhar à distância,

mas pouco mais vejo do que já via...

Ampliada, a minha dissonância,

atrofiada, a minha própria sintonia!

De Amor e desejo, uma alquimia,

de dor e sofrimento uma fotografia,

emoldurados numa grande saudade

ornada de sonhos e beijos sem idade...

HELENA BANDEIRA
Enviado por HELENA BANDEIRA em 08/10/2006
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