SONHO

Não me esquivarei

Desse destino ambidestro

Dos caminhos que ousei tomar...

Sou a sensibilidade a cada nervo

A carne que palpita

E geme

Que só sabe te chamar...

Meus sonhos úmidos

Deixam vestígios inconfessáveis...

Meu sangue é vinho dos Deuses

Venha se embriagar

Queimar nas brasas

De minha carne ardente

Destruir as sagradas barreiras

Construir um novo modo de amar...

Hoje não sou mais abstrata

Definem-se as curvas

Do imprevisto

As retas dos que

Sabem buscar...

Sou selva doce e molhada

Serena

E labareda incandescente

Estou tomada,

Perdida

Nesse sonho indecente

Que insiste,

Que procura,

Vc a me adentrar...

Rompe portas no arrebato

Deixa a vida pra lá

Viola a carne

A vida

Faz-me mulher nesse altar...

Sonho e desvario

É quase um navio

Sem porto pra atracar...

E a dualidade da existência

É roda da vida a te empurrar

Vem pros meus braços, amor

Até o dia raiar...

Letícia Marques
Enviado por Letícia Marques em 27/01/2005
Código do texto: T2597