A Dor do Mundo

Renasço de mim mesma.

Fênix na vida, subjugo as sombras.

Gerada no ventre do universo,

saindo de suas entranhas,

venho ao mundo num turbilhão de ondas,

mares de luzes a espalhar-se no horizonte.

Sou o tudo e o nada,

sou semente germinada,

sou a luz na longa jornada,

sou sentido, sou a ponte,

do espírito da vida sou a fonte.

À minha direita abrigo o fogo,

à minha esquerda mantenho a água

que fundem-se em mim mesclando minha alma.

Acoplado ao meu espírito encontra-se o vento,

fonte de meu sustento irmanando-se aos elementos.

Limpa, purifica, tonifica.

Transcreve minha história, renova minhas forças,

toca minhas faces consagrando-me à vida.

Acarinhando meus pés surge a terra.

Solo fecundo, abrigo do mundo,

santuário materno onde a vida impera.

Insondável, destemida, forte, altruísta,

tem como filhos os homens,

acolhidos mesmo quando a destroem.

Sou levada ao centro da vida

e vejo o homem em sua totalidade

dando cabo de sua dignidade,

entregando-se ao nada, pérfido mal que o assola,

doença epidemiológica que se assoma à toda espécie.

E choro...

Choro a dor do mundo,

angústia da vida,

desespero cósmico

que num grito aflito pede ajuda ao infinito,

aos filhos dos filhos de seus filhos,

raios de luzes por sonhos envolvidos,

que despertem do sono da morte,

pondo fim ao comodismo.

Aisha
Enviado por Aisha em 20/06/2005
Código do texto: T26089