Abismo

Sob o véu negro da noite me deito.

Busco no céu a luz para o que não vejo

mas nada encontro, a não ser o grito agudo do lamento

vago pensamento.

Nevoeiro espesso de lembranças apagadas

já depositadas no sepulcro da esperança,

o que antes era "tudo", agora transforma-se em "nada".

Buscando livrar-me do vazio frio que feroz avança,

mergulho nesse abismo ao qual fui sentenciada

noite sem sonho, vida sem alma.

Infinito abismo de mim mesma.

Cárcere de dor, terror e morte

Inebriante angustia, tento livrar-me dessa corrente forte

agarrando-me às fagulhas que restaram de minha sorte.

Arranco das entranhas da vida a centelha de luz que me resta

Iluminando minha noite, estrela no horizonte,

Guiando-me no nada do abismo sem fim,

Continuo na busca constante de mim.

Aisha
Enviado por Aisha em 20/06/2005
Código do texto: T26091