Cavalo Indomável
Coração, cavalo indomável
Que não se sujeita às leis dos homens
Salta, zurra e me dá coices; miserável!
Faz que do amor eu passe fome
Como posso eu desejar,
A mulher de outro homem?
E não ter a liberdade de expressar,
Esse amor que me consome?
Não, não posso atrelar
Minha felicidade a infelicidade desse homem
Há que haver liberdade para amar
E poder gritar ao mundo o seu nome
E como posso construir,
O lar que desejo tanto?
O alicerce podre faz ruir
Sobre minha cabeça o teto e o pranto
Foge poeta, volta ao teu lugar
Nesta vida, amar é o teu carma
Contenta-se apenas em amar
Aqueles que te esperam em casa
Se hoje o teu coração lhe mostra
Que os teus versos erraram o alvo
Dai a César o que é de César
E confia no Amor que vem do alto
Pobre coração infeliz
Por que a ela deseja tanto?
Antes amasse a meretriz
E desse a ela o seu sobrenome
Pois que esta que hoje é livre
A recuperaria, como ovelha desgarrada
E lhe ensinaria que amar de verdade
É a Deus amar, sobre todas as coisas e mais nada
Mas não, esse coração arredio
Selvagem, pelo amor da outra implora
E sem poder saltar as cercas
Cercado, apenas chora