Festim Das Almas
À Noite, na mansão das lamúrias,
Festejam as Almas suas angústias
Num banquete de tormentos.
Os mais comuns sentimentos
São o ódio e a dor,
Pois não possuem mais o ardor
Íntimo dos mortais:
São, agora, desencarnados banais
Dissipando seus prantos em meu lar,
Pois taciturnos lá estão a vagar
Sombriamente em meu casarão.
Observo-os, em deplorável situação,
Do meu Abismo infernal.
E cruel é este cerimonial,
Que homenageia este Espectro de ilusões sem fim...
Ah, esqueçamos a Morte e comecemos o Festim!