Revolta

Meu corpo transpira

minhas mãos derretem-se,

meus lábios são chama.

Caminho com dor

rastejo procurando alívio

quero água

para matar o meu delírio.

Olho em volta

um rosto, milhões de rostos

desfigurados

isentos de humanidade

gestos nojentos

o sorriso

uma imagem crápula

as mãos

tenazes para saciar vícios.

Quero, grito e morro

o coração verte angustia

o cérebro

é como lagar,

pisa-se até transformar tudo

numa massa líquida de pouco.

Gritar para pararem

é sinal de demência.

Mas ignorar

as minhas angústias

a minha revolta,

é sinal de permissão

e não o consinto.

Rosa Maria Anselmo

Rosa Anselmo
Enviado por Rosa Anselmo em 11/10/2006
Código do texto: T262025