dinossauros
Por favor
não deixem que nasçam as crianças
assim
E eu não estou falando em genocidio
O homem sentirá o que é
o que é estar no terra, sozinho
com ele mesmo
sem chance
até de continuar estando
Cortem este ciclo
círculo
vicioso
Vejamos mudar tudo
toda estrutura
Quem tiver que endurecer, endureça
Quem tiver que amolecer, amoleça
Mas que pare esta infinita sensação
de imortalidade
histórica
hipócrita
Sei que não toda ela
mas que seja dado um tempo
para a nossa alma, humana demais
rever a caminhada
E isto só será possível se não vier
a cria
se vendo na cria
no outro
o outro
Que pare a fantasia do bem e do mal
o sonho
que parece real
Retorno
À sobrevivência
à ciência
à religiosidade
nada como já as conhecemos
Reformulemos
Nada de amontoar
valores
rumores
ditaduras
pré-conceitos
Não deixem que venham as crianças
por um tempo, ao menos
um bom tempo
até que o humano entenda
todos eles
todos nós
É possível sim
viver de um outro jeito
sem culpar
trair
matar que não por fome
enquanto os filhotes assumem toda responsabilidade
e culpa
Quero assistir às fêmeas
loucas
em saltos
perfumes
e batons
nuas
Depois de ficarem nuas por tanto tempo
que nem nos lembraremos
acordaremos deste pesadelo
Nem sabemos onde começou
mas estamos submetidos, todos
a tempos
há tempos
Se há tempo de reverter todo processo
de extinção, talvez
Se há uma chance
Que seja cumprida
Cavalinha, as baratas e as samambaias já estavam aqui