dinossauros

Por favor

não deixem que nasçam as crianças

assim

E eu não estou falando em genocidio

O homem sentirá o que é

o que é estar no terra, sozinho

com ele mesmo

sem chance

até de continuar estando

Cortem este ciclo

círculo

vicioso

Vejamos mudar tudo

toda estrutura

Quem tiver que endurecer, endureça

Quem tiver que amolecer, amoleça

Mas que pare esta infinita sensação

de imortalidade

histórica

hipócrita

Sei que não toda ela

mas que seja dado um tempo

para a nossa alma, humana demais

rever a caminhada

E isto só será possível se não vier

a cria

se vendo na cria

no outro

o outro

Que pare a fantasia do bem e do mal

o sonho

que parece real

Retorno

À sobrevivência

à ciência

à religiosidade

nada como já as conhecemos

Reformulemos

Nada de amontoar

valores

rumores

ditaduras

pré-conceitos

Não deixem que venham as crianças

por um tempo, ao menos

um bom tempo

até que o humano entenda

todos eles

todos nós

É possível sim

viver de um outro jeito

sem culpar

trair

matar que não por fome

enquanto os filhotes assumem toda responsabilidade

e culpa

Quero assistir às fêmeas

loucas

em saltos

perfumes

e batons

nuas

Depois de ficarem nuas por tanto tempo

que nem nos lembraremos

acordaremos deste pesadelo

Nem sabemos onde começou

mas estamos submetidos, todos

a tempos

há tempos

Se há tempo de reverter todo processo

de extinção, talvez

Se há uma chance

Que seja cumprida

Cavalinha, as baratas e as samambaias já estavam aqui

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 17/11/2010
Reeditado em 09/07/2011
Código do texto: T2621001