Há tempos...
Há tempos não sentava na janela,
contemplando o mundo, a tarde, os pássaros...
o vento das cinco que batia lento,
percorrendo o rosto pálido e gasto.
Tanto que passou e nem deu tempo de sentir...
Agora novas ondas arrastam as areias do pensamento
para bem longe de ti.
A lua branca já sorri no alto,
o cheio de café quente sobe,
jajá Naná chega com tapioca,
se não for logo, não sobra.
As primeiras luzes ascendem,
o céu laranja escurece,
aqui dentro muito acontece,
lá fora as estrelas já nos enxergam.
Há tempos não sabia o que era sentir saudades,
e sussurrei baixinho, para que o coração ouvisse
andava sentindo falta de tudo isso,
andava sentindo falta de mim.