Labirintos da imaginação
Caí abruptamente nos labirintos da imaginação,
só,
sem companhia em vertiginosa viagem
de encantamentos sibilantes,
vícios da forma afilada de caminhos já passados,
mesmo os esquecidos mais recentes,
por vezes o som de flauta de madeira
puxava os passos imagináveis
deixando os sentidos pasmados
nas encruzilhadas de vidas repetidas
no banhar em cascata virgem
no meio de selva desconhecida,
arrepiar de pele enrugada
encostado num precipício no fundo do mar
preparado para voar levado por uma onda
qualquer, sem espumas salgadas,
apenas uma simples vertigem do acordar
natural, matinal,
em ilha deserta, exuberante no bocejar de silêncios,
na areia alisada chamado a escrever
com um ramo de palmeira frases irreconhecíveis,
paradas em tempo eterno pelo horizonte,
parindo palavras na noite estrelada
lavadas depois
pelas águas em fúria.