Perdi o “Bonde da Esperança”.

Perdi a fome, a sede e o sono.

Perdi a vontade de acordar...

De levantar...

Tive ânsia de vômito.

Fiquei atônito...

Perdi a vontade de ser humano...

Comi dois pasteis com caldo de cana no mercearia da esquina e vi o quanto os homens mastigavam a vida com voracidade.

Mordazes animais carnais!

Foi aí que desisti de tudo!

Cães saciavam seus desejos com olhares esbugalhados...

Sujos...

Sentados ao meu lado...

Daí procurei uma cavidade dentro meu peito...

Onde pudesse refugiar-me...

De tanto me horrorizar com comportamentos ignominiosos, perdi o “bonde da esperança”.

Perdi a ânsia...

Deixei de ser criança quando vi a morte sangrando pelas narinas no velório de minha querida avó materna.

Fraterna e se alimentava basicamente de maçãs...

Até a morte sangrava..., pensei, contuso.

O desespero fez com que estancassem tudo às pressas, com algodão.

Que não era doce!

Àquela altura nada era doce...

A partir de então até meu “sonho” azedou...

Cheio de moscas verdes...

Na mesa da cozinha...

Mas continuei...

Sensibilidade à flor da pele!

Reles ser vil!

Servil!

Savok Onaitsirk, 25.02.10.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 25/11/2010
Código do texto: T2635560
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