A Rosa
A rosa principia...
Decifra o código da luz
e busca o sol para compor-se
projetando-se no ar
num esboço de aurora.
Desenrola o velame de cetim
e completa-se com pétalas
em perfeita geometria
no secreto atelier
de matizes e fragrâncias.
Busca o azul desabitado
pela orla da manhã
ordenando-se no dia
com translúcido primor
e poesia distrbuída
na modéstia na roseira.
A rosa se constrói
de esplendor e alfabeto
pra seguir o itinerário
do inaudível pelos olhos
e doar-se ao capricho
dos poemas sem palavras.
No final de seu trajeto,
esvaindo-se em aroma,
vai despindo-se de luz
ao chorar em cada pétala...
A efêmera existência.