* por um instante *

grafite no céu
emudece estrelas falantes
corpo nu no túmulo
apregoa o  vazio do instante
tempo parado no tempo
asas decepadas

no jardim
de súbito
um bem-te-vi
corta o silêncio
asas acobreadas

bem te vi
espiar meus desejos
por um vão insolente
daquele céu
em negrume esponjoso
condensado como mel
fluido e pegajoso


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Úrsula Avner
Enviado por Úrsula Avner em 25/11/2010
Reeditado em 25/11/2010
Código do texto: T2636776
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