Aceno de uma Saudade

Na fotografia meu rosto

Acaricia-te com um olhar

Fitas-me mais uma vez

Quando te sabes partindo

Ainda que seja apenas até breve

Minha saudade faz-te refém

Rabiscas palavras, ensaias acenos

Enquanto teu coração capitula

Lês meu último poema

Grafitado em tons de malícia

Sons de sedução que te embalam

Âmbar dos meus anseios

Que te perfumam a memória

Desamarrotas uma tola sensatez

Essa que treme diante de mim

Quando te precisas indiferente

O som do teu silêncio cora traindo-te

E teus gestos premeditados

Sorriem do teu nervosismo

Entre tuas roupas e papéis

Um punhado dos meus sorrisos

Colorindo teus ternos circunspectos

Dobras uma incerta confissão

Hesitante em dizer-te meu

Na agenda, compromissos anotados

E minha lembrança vadia e atrevida

Que sem pedir permissão

Marca todas as tuas horas

Levas meus nacos de solidão

Estes que me acompanham

Enquanto tuas mãos adiam

O desejo de me tocarem

Fernanda Guimarães

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Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 28/01/2005
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T2639