fuck you
Um piano tocava esperando a voz
muda, esquecida de palavras
que resistia,
uma vela morria numa mesa completa
de garrafas vazias,
espaço para mais uma bebida,
ao som de nada, nem tabaco para queimar,
sombras obscuras no ar em néon plantado,
carregado de vicio, algum ópio em flor plástica,
sonhos descarregados
em odores diferentes, baratos,
falas desconjuntadas, sem interesse
nas sombras tremulas
visíveis na pouca luz,
um arroto seguido de vómito,
choro ao longe desfazendo promessas,
putas mostrando mais que simples vestidos
de seda com lantejoulas,
nem perguntas sobre amor,
procuras sem destino.
Fechei os olhos entontecido
pelo álcool em demasia,
vi o horizonte bem perto
o cometa parado como que convidando
passeio sem retorno,
o mar, sempre o meu mar azul
acalmando a terra finita,
espelhando, reflectindo estrelas imagináveis
viagens loucas, musas no dorso de tubarões,
piratas rindo em bordéis com papagaios
no ombro,
gritei,
seguindo o caminho da porta
ainda ouvi um fuck you sonolento,
Saturno esperava por mim,
Réia apaixonada chamava,
o anel de opala continuava no meu bolso,
Galileu ria se.
(como a música Fuck You de Cee Lo Green me fez ir até Réia, lua de Saturno.......)