ESTA LIRA DE MIM!... * Mãe!

Parou o tempo dentro do teu peito.

Morreu o mundo no teu coração.

Sem um adeus, gelado, no teu leito,

só o desgosto da separação...

Agora, não é tempo de palavras.

É tarde, muito tarde para nós.

E nem eu quero, agora, mais palavras.

E nem tu ouves mais a minha voz.

Tentei amar-te como tu me amaste.

Na perda é que sabemos o vazio

que fica quando já não há mais nada...

Perdida flor suspensa de hirta haste,

baloiça na ternura do rocio

da tua derradeira caminhada...

17 de Dezembro de 2004.

Viana do Alentejo * Évora * Portugal

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 21/06/2005
Reeditado em 23/02/2020
Código do texto: T26475
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