Velho Condor dos Andes

Abra as tuas asas e voa,

Velho condor dos Andes,

O Céu, agora, é o teu limite.

Sinta o vento em tua fronte,

Voe alto, vença os montes,

Como sempre quisestes fazer.

Sem correntes a te prender,

Sem gaiolas a te cercar,

Sem fim, nem começo.

És, agora, dono do espaço,

Do teu vôo, do teu traço,

Do teu próprio amanhecer.

Fico aqui, a te procurar,

Por entre os raios do velho sol,

Sem conseguir te ver.

Cumpro minha inquieta sina

Como cumpre a inquieta menina,

Que hoje chora por você.

Segue teu vôo, velho dos Andes,

Mesmo que aqui impere a saudade,

Por não podermos ouvir teu canto.

Nos agarramos a esse alento,

De te sentir em cada ensinamento,

Que tornou melhor nosso viver.

Se podes nos ouvir da cordilheira

Fique certo que fizestes a diferença.

Voa, velho condor dos Andes,

Levando um pouco de mim...

Voa, velho...voa...voa...voa...

(Para Rafael Negrini)

Délcio Mores
Enviado por Délcio Mores em 21/06/2005
Reeditado em 21/06/2005
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