vícios ou Benício, o bom

Benício Homem era saudável que só ele mas, sensível demais, e de tanto sentir tanto, até as dores do mundo, adoeceu!

Não deu outra, transplantou o coração.

Vida nova, pensou!

Nada, a memória estava lá...

Demorou pouco, outro transplante, outro e outro.

Tantos que afetou os rins, o fígado, o estômago e o intestino.

Mais transplantes...

Viciou.

Implantou cabelo e dentes, endireitou o nariz, as orelhas, pálpebras, bochechas, nádegas e algumas unhas do pé esquerdo.

Ninguém entendia, só ele!

Até que um belo dia depois de um bom porre resolveu se mirar num espelho e, opa, este não sou eu!

Todas as correções o fez se sentir um estranho, um lindo estranho!

E sem ter a si mesmo, solidão...

Não conseguiu refazer o espírito, encontrou prazer e alívio no álcool, inchou feito um balão, resolveu fazer dieta.

Morreu por anorexia!

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 04/12/2010
Reeditado em 05/12/2010
Código do texto: T2652466