SE DROGA FOSSE BOM, NÃO TINHA ESSE NOME.
Acorda, que a corda
já está em seu pescoço, moço.
Ei! Moço, moço!
Pra quê esse braço furado?
Essa agulha jamais vai criar um bordado.
Esse pó jamais vai te fazer maquiado.
Herói sem heroína.
Assim deve ser teu futuro. Tua sina.
Cai fora desse muro.
Vai doer. Esse osso duro de roer
pode ser mais, muito mais que fantasia,
fuga, ruga precoce ou letargia.
Se teu amor próprio é baseado
nisso, então desculpe, mas você está errado.
Acha o culpado.
Teu pai, tua mãe, teu amigo, a sociedade?
Na tua maternidade, a agulha era de soro.
Pra te alimentar. Te tornar forte.
Depois, tiveste sorte, que o pó, era talco,
pra te livrar das assaduras.
E a erva era a amiga, pras tuas dores de barriga.
Moço, tira essa corda do pescoço.
A droga não vai te fazer melhor que ninguém.
Cai fora.
Toma soro e também cheira talco perfumado.
Volta pra infância.
Pra arrematar, um chá baseado em erva doce.
Domina, em tempo, tua ignorância.