feliz cidade

Quero um pouco do seu bolo estomacal

e se não der, que seja do intestinal

preciso fazer um bom mingau

meus filhotes sentem fome

e graças-a-deus é véspera de mais um feliz natal

E papai noel nunca aparece lá em casa

aliás, ele não é meu pai

nem ele nem o pai-do-céu

o padre, o papa, nem padrinhos tenho

Verdade é que não tenho pátria também

Mas acredito que eles existam, todos eles!

De certo que nunca tive paternidades

e eu não tenho casa

e eu não não tenho asas

fui gerado assim

Tudo na minha vida, as verdades e mentiras das que conheço

até aquelas existenciais, sempre foi não, não, e nunca um sim

Mas eu falava da comida da falta dela e da tristeza

destas coisas que incomodam a cidade, a nobreza

Tenho uma família agora e ela me adora

temos os dias de sol e as tardes de brisa

Ainda temos a noite e o futuro e os sonhos

pão e abrigo a gente improvisa

Do que mais minha-nossa-senhora

um homem precisa?

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 06/12/2010
Reeditado em 06/06/2011
Código do texto: T2655945