Terreno Baldio

leve vento leva folhas secas pelo tempo

tralhas e recortes de jornais

noticias velhas que se repetem

uma esperança rola entre o ferro retorcido

minha memória dói

tormenta pelos ralos e cheiro de esgoto

o tempo arrasta minha perna

vejo uma cabeça de boneca e uma bola furada

estou só

nada, além dos ruídos dos ratos

e a vida clama por um pavio

sento-me no chão, entre os farrapos

sinto pena de mim

um terreno baldio.