recorrência
Não sei se vou logo morar na ilha ou abraçar minha família
Quem sou eu tão confusa sem ser pessimista
Sei lá, só sei que estou sempre entre a sorte e o norte
E por mais que eu me esforce mais sem rumo eu vivo
Logo eu que tenho sérios problemas de orientação detesto mapas
todos eles que me forçam a lembrança de não haver mais espaço
livre, e o mundo disfarçado de gigante é todo cartografia
gigante ainda é o mar
e eu não passo de um número de série num departamento cinza
Talvez por isto mesmo eu teime tanto, tema tanto, não a solidão
ela é prazerosa mas as filas, as medalhas, as mortalhas e as unhas pintadas de vermelho sangue
todas elas não passam de pequenos símbolos da grande teia
Até os produtos tratados como orgânicos estão sendo adulterados
Até quando andarei clamando, reclamando a atenção
Até quando continuarei sentindo a dor dos meus que se prenderam
que se perderam...
Eles andam na trilha e nem a vêem
E eu hoje tenho medo de acordá-los!