APENAS
Eu não tenho as asas que dizes que tenho
Quando me vês voar:
São os teus olhos,
É o teu pensar...
Eu sou pesado,
Um sapo no fundo do poço,
Uma pedra na beira do mar,
Da noite, a escuridão...
O que vês enlouquecido,
Ora tudo, ora nada,
Ora aqui, ora além,
Em vôos de asas,
Ora impossíveis – asas quânticas,
É o meu sopro de vida
Que a tua proximidade liberta...
Pousou na minha face, igual um beijo,
O teu carinho de dizer que gostas de mim,
Agora já não me acho mais contido em nada,
Feito o Pernalonga apaixonado pulando para fora da galáxia,
Escrevo disparates, caio de joelhos beijando as tuas mãos...
Não tenho asas não...
Tenho coração de Poeta
E a leveza de um coração de menino...