SÍNTESE

Na caverna, sob as pedras dos dias

Recolho-me, releio-me, morro, refaço-me

Procuro me despir do que em mim é chaga

Arranco com os dentes o que me há de podre

Espero, recupero, reconstruo

Na prisão escura dos meus dias,

Purgo minhas dores, me extermino, ressurjo

Deixo a reclusão quase sempre em manhãs cinzentas

O mundo é mais verdadeiro

Quando o sol não está a alegrar as pessoas comuns

Pouco tempo depois, o novo eu se mostra também débil

Um novo incêndio reduz a cinzas o ser reconstruído

E das cinzas... novamente.

Eterno ciclo

Dor, exílio, reconstrução, dor...

Eis a síntese desta existência.

Artsu Taraz
Enviado por Artsu Taraz em 10/12/2010
Reeditado em 10/12/2010
Código do texto: T2663257
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