Desde sempre
Sempre
escrevi em forma de poema,
sempre
imaginei fadas, duendes,
loucos, poetas, putas a meu lado,
sempre
juntos na imensidão da noite
rindo de nadas,
chorando com o sabor da chuva,
sempre
me lembro de ter ouvido o mar perto de mim
todas as musas das profundezas
cântico de baleias dançando,
piratas moribundos enterrados no areal das tartarugas,
sempre
ouvi sonho, paixão, comiseração
suspirando exorcismo,
fuga mesmo,
desconsolar repentino
da tortura de solidão efémera,
sempre
entendi as palavras
querer ir mais longe no universo
na imensidão do pensamento,
compaixão do ser,
céu estrelado
inspirador de nadas,
desde sempre
que amo.