Terra Firme

Gosto agora assim:

Andorinha plantando capim...

Sobre a terra molhada

Não precisa de mais nada para voar

Subira alto demais!

Suas asas ficaram cansadas

Segurando lanterna...

Revezando - enquanto uma asa voava

A outra ficava segurando...

Luz azulada, prateada queimando

Agora não precisava mais do artifício da lua

Resolvera ficar em terra firme

Às vezes, aparecia um monte branco

Com lindos sonhos, que perdurarão além de si...

Outras vezes, nuvens negras - não de fome

Aparecem chaminés na ternura de um fogo aceso

Andorinha, não pode mais voar!

Aprendera a mirar a natureza

Na sutileza de uma pedra

Sons de trovões, não assustam mais

Lindas melodias acalmando seus receios.

Atravessa o rio bravo, serenamente...

Como se acariciasse seus olhos

Por um lago

Andorinha venceu!

Compreendeu que o céu era ilimitado para ser seu

A terra, não

Era demarcada e poderia correr, correr

Ao encontro de ser

Encostar-se às açucenas e tirar das suas folhas

Enfeites de pena.

Sem holofotes, sem velas

Caminhava brandamente

Ao encontro do sol

Verônica Aroucha
Enviado por Verônica Aroucha em 21/06/2005
Código do texto: T26679
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