Apenas aquela dor...

Sem palavras repetidas

frases desconexas

ou promessas vãs,

vendo orion lá longe clareando os céus

rapidamente tapados por sucessivos cirros,

orgasmos longos como ondas

tudo inundando,

em espasmos continuados

dos corpos suados,

tapados por leve névoa,

sem lógicas, sentidos desconhecidos,

como se o nada existisse

o todo ficasse suspenso

pelos segmentos do universo,

segundos de um tempo indiferente

irreconhecível pelos corpos misturados

sem fim, principio

gravidade,

longínquos momentos de entregas possessivas

unhas cravadas em pele

sangue, sémen misturados

sem queixumes,

apenas aquela dor

repleta de saudade,

ansiedade

na despedida conhecida,

sempre anunciada.