PAUSAS

O teu rosto não me dizia nada

E teus olhos não me mostravam nem inícios,

Nem fins…

Era o meio…

O tempo descarrilava em horas tontas

E a mente inquieta perambulava por entre

Pensamentos indecisos:

Ora a borboleta pousada no vidro,

Ora uma lembrança da Estrela Vespertina,

Ora um soneto de Neruda.

E eu não entendia o que era,

Nem sabia o significava,

Mas era bom ficar ali –

Meio perdida,

Meio esquecida,

Apenas sorvendo os minutos nos teus olhos,

Que nada diziam,

Que nada clamavam…

O perfume de alfazemas queimava em minhas narinas…

E meus lábios murmuravam cantigas mudas.

Eu sorria sem motivo nenhum,

Perdida em teu rosto.

E tu estava ali,

Saboreando o ar fresco da tarde outonal.

As vezes, em momentos díspares,

Teus olhos fitavam os meus

E por um segundo eu tinha certeza que tu podias

Ler cada fragmento do meu ser…

Desnudava-me por completo.

O que tu poderias encontrar em mim

Que não fosse um verbo em vibração

Que reverbera louco:

EU TE AMO….

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Michelle Buss
Enviado por Michelle Buss em 15/12/2010
Reeditado em 15/12/2010
Código do texto: T2673215
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