PAUSAS
O teu rosto não me dizia nada
E teus olhos não me mostravam nem inícios,
Nem fins…
Era o meio…
O tempo descarrilava em horas tontas
E a mente inquieta perambulava por entre
Pensamentos indecisos:
Ora a borboleta pousada no vidro,
Ora uma lembrança da Estrela Vespertina,
Ora um soneto de Neruda.
E eu não entendia o que era,
Nem sabia o significava,
Mas era bom ficar ali –
Meio perdida,
Meio esquecida,
Apenas sorvendo os minutos nos teus olhos,
Que nada diziam,
Que nada clamavam…
O perfume de alfazemas queimava em minhas narinas…
E meus lábios murmuravam cantigas mudas.
Eu sorria sem motivo nenhum,
Perdida em teu rosto.
E tu estava ali,
Saboreando o ar fresco da tarde outonal.
As vezes, em momentos díspares,
Teus olhos fitavam os meus
E por um segundo eu tinha certeza que tu podias
Ler cada fragmento do meu ser…
Desnudava-me por completo.
O que tu poderias encontrar em mim
Que não fosse um verbo em vibração
Que reverbera louco:
EU TE AMO….
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