MAR

Em bebedeira de azul esverdeado

De porte magnânimo e gigantesco

De cabelo já branco e encrespadp

E vozeirão forte, de urro grotesco

No infatigável percurso de vai-vem

Tântalo só o imitou no suplício

No sobe e desce do seu ventre tem

O poder que lhe forma o precipício

O deus Hércules copiou a sua pujança

Nas lutas travadas Diana se inspirou

O pescador nele colhe a abastança

Sacia a família no peixe que pescou

O marinheiro o conhece como ninguém

Rasga a pele que sangra em branca espuma

Enfrenta-o com respeito ... e com desdém

Vence as ondas de seu cabelo uma a uma

E eu, poeta, que o contemplo e nele me inspiro

Para escrever meus versos fúteis e sem preço

De seu ventre prenhe minhas musas retiro

Canto o mar em meus versos, mas não o mereço

(tirado do fundo do baú)

João Guerreiro
Enviado por João Guerreiro em 15/12/2010
Código do texto: T2674209
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