TÉDIO

Agora que me levando

E vejo o dia já pelo meio

O tédio, renovando-se sempre

Dá-me o bom dia no espelho.

E esse interminável desejo de não sair da cama!

O café, é o de ontem,

A pia cheia de sobras,

A cachaça, inda há dois dedo.

Um prato sujo,

Dois talheres, sujo,

Um copo sujo.

Um homem sujo.

A casa vazia,

Sem luz,

E a poeira sobre

Tantas coisas de mim.

-- roupas, pele, objetos, vida --

Livro de poesia inda na quinta pagina.

O tédio, renovando-se sempre!

Esse interminável desejo de não sair da cama!

As paisagens de cidade,

Casas tristes,

Mato seco,

Gente mas seca ainda!

E essa chuva que não chega!

Família que tenho,

Amigos que tenho,

Pessoas que conheço!

Há um mato seco em minha vida1

--- Mas, vai um burro carregado pedra ---

Vai um homem tangendo pedra,

E os meninos jogando pedra,

as meninas sentadas na pedras do rio.

“e essa pedra no caminho”

esse caminho de pedra!

Agora que me levando,

Procuro pro mim!

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 17/12/2010
Código do texto: T2677233
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