Não sei, como nada o sei …

Não sei, como nada o sei, nem desejo palavra,

frase o que for este vazio transforma retira o sangue

gotas sem piedade compaixão quero um choro convulsivo

como o teu de hoje sim

suplicando por uma força desmedida ai…

sei da tua crença fé eu não mesmo quando por todos pedes

algo me ultrapassa na vertigem dos sentidos falas distâncias

donos da chuva copiosa de invernos do simples ar que respirámos

de corridas perseguindo todo o mundo rindo nos

ideias loucas mais loucas ainda bater em todos honra sem medida

escolhendo o louco som no silêncio da escuta bater pé

aprovação ritmada nos sufocos sempre os sufocos partilhados

estaremos somos sempre juntos siameses até em doenças loucas

suportadas amores esquisitos de paixões e chinelas

de vidro imaginadas bebidas em duas vinte cervejas ou mais

num vai e vem de pagas tu não tenho com um olhar

rio sem margens de lembranças barco de madeira tudo à água riso

bêbado caindo direito testa na pedra sangue riso

bêbado desmaiado em elevador sem noção risada saudade sem limite

união sempre da família mesmo desavinda mesmo crescendo

sem parar acordados fugindo dos nossos natais para

o nosso natal

sim meu irmão hoje também chorei mais tarde que tu num silencio

insuportável mesmo nas alegrias recordações imparáveis

marés de abraços beijos na face ternura de todos nossos só nossos

rituais necessários injustificáveis fotos tantas guardadas vivas

pérolas no meio de corais.

Não sei, como nada o sei, nem desejo palavra

lavo a cara olhando nos olhos, acendo mais um cigarro que fiz

expulso o catarro, expulsei o que te diria.

Ao meu irmão Guilherme....... com poucas pausas, em público, ouvindo Stairway to heaven por Frank Zappa, Cleveland 1988.