Gente

Não seja intolerante
há gente passando fome e morrendo
quero teu respeito e amizade
nas mãos está o destino
mulheres ou mulheres


Negros     Cafusos  Marrons
Amarelos  Loiros    Mulatos    Roxinhos         Mamelucos
Pretos       Morenos   Índios     Brancóides    Cabos-Verdes      GENTE
Sararás    Pardos     Brancos  Japoneses     Mestiços
Azuis          Morenos Claros      Polacos          Negrãos


No amor e no sonho
no riso e no choro não diferentes
não seja intolerante
não há dois dedos ou destinos iguais
hã gente prisioneira, sem casa
doente e com frio
as crianças descalças brincam juntas
a Humanidade é tão igual



Publicado Poesias de Rua, 17 de julho de 1985