Sapiência. O dia após o dia.
Há momentos em que se faz necessário
o não correr. Não avançar os fatos.
Ater-se no ato respirar e permitir-se,
num intuito apenas, se surpreender.
Compreender distante, o que soa imediato.
Há momentos em que, não sermos, se constata
o que, aptos e capazes, julgamos ser ou não.
Deparando-nos, enfim, aos adjacentes nossos,
em outros caminhos fortuitos à convicção
tragicamente vã de nossa ilusão criada.
É sempre tempo de refrear.
Pôr cautela, pacíficos, à voz da razão.
Galgar alicerces, compreensão, zelo.
Tentativa desmesurada de enxergar-se,
enxergar-se pleno com plena exatidão.
Afastar a névoa que indaga os olhos
é ouvir do tempo a sábia persuasão.
Avaliar-se, dia a dia, passo a passo
aquilo que conduz e nos ultrapassa
à cor rarefeita de uma suma ilusão.