CALA-ME A POESIA
Cala-me, a poesia:
Com alegria vêm cantando meus pensamentos,
então não rimam!
há, tormento: não os aceito publicar.
Tampouco quebram sorrateiramente
essa cela, essa vela,
essa corrente pesada!
Não sabe ser modernista,
não sabe ser simplista,
é rima quieta e intercalada...
Nada.
Nado e morro na praia.
Quero falar e a poesia não me deixa!
Preocupo-me, eu, com a satisfação
dos que me lerão nessas linhas,
daí que peno em colocar
sensações que só são minhas.
Nada!
Nado e morro na praia.
Com alegria vêm meus pensamentos,
levados que são
pelos nordestes a milhões de nós...
que me são o que cala,
menção à minha fala
- sem voz.