CALA-ME A POESIA

Cala-me, a poesia:

Com alegria vêm cantando meus pensamentos,

então não rimam!

há, tormento: não os aceito publicar.

Tampouco quebram sorrateiramente

essa cela, essa vela,

essa corrente pesada!

Não sabe ser modernista,

não sabe ser simplista,

é rima quieta e intercalada...

Nada.

Nado e morro na praia.

Quero falar e a poesia não me deixa!

Preocupo-me, eu, com a satisfação

dos que me lerão nessas linhas,

daí que peno em colocar

sensações que só são minhas.

Nada!

Nado e morro na praia.

Com alegria vêm meus pensamentos,

levados que são

pelos nordestes a milhões de nós...

que me são o que cala,

menção à minha fala

- sem voz.

Andrié Silva
Enviado por Andrié Silva em 22/12/2010
Código do texto: T2686387