AMOR TRISTE

Fico rodeando nada

Esperando milagre

Dormindo tarde

Saxofone na tarde

Fico olhando o tempo

Esperando o momento

De soprar no instrumento

Algum som sem lamento

Deixo correr a solto

Ouvindo sinfonia

Acordando o dia

Às vezes, alegria

Assim passo o tempo

Rodeando o nada

Devagar na estrada

Poupando a caminhada

Devagar ando muito

Observando à volta

Até a Inês estar morta

Sem teto nem porta

O que chamavas ataraxia

Digo que é pura apatia

De quem nunca aceitaria

Amor sem alegria

Por isso, rodeio nada

De olho na estrada

Que amor sem risada

É queijo sem goiabada.