AUTOBIOGRAFIA DE UM MOMENTO
Eu escrevo no vento,
Nas paredes da casa,
Na minha alma,
No meu coração…
E feito criança
Minto pras palavras,
Sentimentos que não existem
Falsas histórias sem razão.
E a poesia fica inerte
Perde o dom de voar
Pois os versos que invento
São armas que me fazem seu ladrão.
E eu escrevo no tempo,
Na boca da noite,
No clarão da lua,
Num poço da imensidão.
E falsas verdades
Tornam-se minhas verdades,
Fazem-me frágil passarinho,
Que tem asas e teme voar…
Distorço o tempo
Turvando as ruas da razão…
Eu minto pra palavras,
E me chamam de poeta!
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