Sal E Vida

Por que será que a sede daquela flor, que plantei no jardim, resplandesce com águas tão salgadas?

Coloquei água açucarada; lavei pétala, por pétala...Mas, ela morre com carinho...

Aprendeu a ser só espinho

Mesmo depois do vendaval, a rosa está mais bela e viçosa.

Não sente frio, nem calor

Nasceu fecunda, imune.

Incandescente...

Mas, como castigo, sobrevive com meu pranto

Pago, todas as tuas lágrimas rio vertente, que viraram enchente para o lado de lá...

Pago, teu coração descrente; palpitante, mas nunca ousou arriscar...

Pago, com toda água, o débito assumido:

Ver-te sempre vivo; morrendo eu um pouco pela estrada.

Choro, o quanto possas zombar; mesmo que seja para salgar; para te regar...

Regar...

Verônica Aroucha
Enviado por Verônica Aroucha em 22/06/2005
Código do texto: T26963
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