Vai te

Entras me assim na noite

sem licença

autorização sequer,

possuindo meu pensar

suspiro,

violando este sonho

no luar branco,

violetas lilás transformas

em cactos cinzentos,

o sol em buraco negro,

alegria travestes no meu temor,

não te quero assim na quietude

da minha angústia,

desejo,

o ardor do fechar de olhos

uma outra vez,

relembrar a harmonia

perfeição da lembrança,

aquela excitação,

ressurreição constantemente

cruxificada no meu ateismo

mesmo em dúvidas constantes,

quero sonhar com o mar ondulado,

sem ondas alterosas,

banhando histórias inventadas

depois de desamores sofridos,

não te quero assim refletindo no espelho,

quero morrer me em sossego

todos os dias

com um sorriso,

vai te meu eu.