O QUE TE CABE... C/ CALLIOPE

O QUE NÃO ME CABE

A razão é duro murro que recebo

Porque a razão me diz sem pena que não devo

Mas é com mi’a emoção que me atrevo

E hoje bailo com a leve pena

Hoje bailo tão serena...

Porque descobri da caixa a fresta

A caixa?...

A guardarei eternamente

Como fora um meu presente

E serão saudades imensas

Densas...

Mas não cabem em caixa mais meus passos

Meus tão abertos braços

Mi’as pernas em movimentos circulares

Meus muitos bailares

Porque aprendi aladas coreografias

E o esteio da caixa a isto não me permitia

A mim fincava

E quieta ali eu ficava

A espera da mão que ora me libertava

Ora a tampa fechava

Me guardava...

Hoje lustrei a caixa com cuidado...relíquia mi’a...

Como acarinhasse a meu amado que dormia

Não digo que um dia tudo não retornará

Que pequenina não tornarei a ficar

Que a caixa novamente não me abrigará

Quiçá...

O tempo isto dirá

Mas ora digo,

Hoje meu tablado é o universo

E direi isto em meu verso

E serão tão imensas mi’as poesias...

Meus feitiços,mi'as magias...

Em cabaças bebidas

Por mim ávidamente sorvidas...

Mi'as alegrias...

Callíope

CALLY teu texto é irresistível `uma interação, dai surgiu...

lembrando o prazer imenso en ter você aqui no meu cantinho.

Respondo então assim.

O QUE TE CABE

A canção veio com o vento, levantou os lenços

Que cobriam a caixinha de louça da bailarina.

Que baila serena com a leve pena da emoção

Para além da caixa e do murro da razão...

Fincada estava, quieta no esteio da caixa

Guardada, pequenina, longe do tablado

Abrigada a espera da mão eternamente

Entre saudades imensas e densas, do bailado.

Hoje seus passos em caixa fechada não cabem,

Seus versos é o universo em aladas coreografias

Bailares, feitiços em movimentos circulares

Imensas poesias de braços abertos, magias

Avidamente sorvidas, bebidas em cabaças

Alegrias em versos, poesias de amor descoberto.

Arthur Ghuma

Calliope