Sem Ter

Cabeca em revolta nos sentidos

Um caos sem cais

Monumento depedrado, grafitado

Um museu sem artes

Sol sem mar, sem verao

Um plano sem o verde, sem a grama

A selva em fogo, sem agua para apagar o calor

Um vendaval, uma nuvem carregada

As ondas em relevo, turvas

Casa na beira do corrego, sem esgosto, ceu aberto

Uma igreja no final da rua estreira, o sino mudo

Comecar, acertar o alvo sem tiro

Um homem sem mulher ao lado

Outro ponto de encontro em atraso

Sabao, sabonete no chao seco

A poeira no movel do quarto, da sala

A parede fria

Aparentemente sem ter

Rômulo Cabral
Enviado por Rômulo Cabral em 31/12/2010
Código do texto: T2701613
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