LISBOA FADISTA

Neste bairro de Lisboa

Onde à noite o fado ecoa

Num fundo de guitarrada

O fadista cheio de raça

Canta o fado p’ra quem passa

Na Lisboa afadistada

Canta a garganta afinada

Uma letra amargurada

Canta até que a voz lhe doa

Põe alma no fado que canta

E sente um nó na garganta

Enquanto o seu fado entoa

O fado é a nossa canção

Que nasce no coração

E na garganta tem foz

É cantado nesta Lisboa

De boca em boca, à toa

Do tempo de nossos avós

É já tarde no Bairro Alto

E um fado em sobressalto

Ainda nas ruelas entoa

É este sentimento bairrista

É a alma de um fadista

Que nos faz amar Lisboa

1989

João Guerreiro
Enviado por João Guerreiro em 07/01/2011
Código do texto: T2714017