AGRIDOCE
AGRIDOCE
Não sei se foram de saudades,
Sei que a névoa fria me tocou.
Tal um vento forte que chega,
Represa que estourou,
Ladainha de mortos,
Calunga no meio de fogos.
E o vulto, que outrora
Suas mãos me estendiam;
Doce,
Fina,
Flor,
Poesia...
Vale-me deus!
Onde o real se escondia?
Azeda,
Pedra,
Rudia,
Distonia,
Em minhas mãos, agora, fria,
E não, mas estendidas, recuadas.
Como em oração,
Rogando, por um instante a deus,
Onde estava, eu!
Que de poesia, cantava a vida.
Que de poesia, ia à frente,
Que de poesia, tinha vida.
Onde o real se escondia!
Onde?
Onde?
Estava, eu!
E o vulto que de outrora,
Era...
Doce,
Fina,
Flor,
Poesia...
Agora é...
É...
É...