AGRIDOCE

AGRIDOCE

Não sei se foram de saudades,

Sei que a névoa fria me tocou.

Tal um vento forte que chega,

Represa que estourou,

Ladainha de mortos,

Calunga no meio de fogos.

E o vulto, que outrora

Suas mãos me estendiam;

Doce,

Fina,

Flor,

Poesia...

Vale-me deus!

Onde o real se escondia?

Azeda,

Pedra,

Rudia,

Distonia,

Em minhas mãos, agora, fria,

E não, mas estendidas, recuadas.

Como em oração,

Rogando, por um instante a deus,

Onde estava, eu!

Que de poesia, cantava a vida.

Que de poesia, ia à frente,

Que de poesia, tinha vida.

Onde o real se escondia!

Onde?

Onde?

Estava, eu!

E o vulto que de outrora,

Era...

Doce,

Fina,

Flor,

Poesia...

Agora é...

É...

É...

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 07/01/2011
Código do texto: T2714097
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