Lanternas vermelhas

Apesar de todos os infortúnios,

Apesar de todas as mazelas...

Fechamos os olhos e sonhamos;

Na realidade nos omitimos ou

Continuamos insensatos, falsos, carente de sentimentos humanos,

Visto que de onde estivermos olhamos os absurdos,

Verbamos nossas indignação e nada fazemos.

Tudo parece continuar sem qualquer mudança de atitude.

Na semana retrasada que antecedia o natal,

Entregamos e recebemos presentes...

Comemos, comemos, bebemos, bebemos,

Fomos a igreja, rimos e nos felicitamos;

A uns dias atrás saímos de casa na chuva para assistir e comemorar o fim do ano...

Comemos, bebemos, rimos a toa, fantasiamos, falamos de amor, falamos de paz,

Mas nada entendemos.

Estacionando o carro vimos

Crianças descalças, com fome pedindo no sinal.

Senhoras e senhores ambulantes tentando seu sustento nacional.

Não obstante, adolescentes vendendo o corpo no coração da capital,

Mais ao largo jovens se drogando,

Pessoas dormindo ao relento,

Pais e filhos sem documento.

A realidade, a realidade é um tormento...

Nas escolas ensinam a orar;

Nas ruas a temer;

E como se não bastasse os filmes violentos da tv...

Temos o salário que não se vê e

Nos hospitais o remédio,

Os médicos são suficientes para o cidadão morrer.

Ora veja você,

Oxalá outro entendimento, os Políticos, nãos fosse a ajuda de custo, Aumentam nas coxas os seus vencimentos. E não há quem possam impor além do lamento.

Não se quer que o povo nas ruas ande cabisbaixo;

Que o riso seja dolorido;

Que as horas sejam de mordaça;

Vejam que logo, logo vem o carnaval,

Não precisa ser vidente...

para ver o povo, na avenida ou no picadeiro,

Feito criança, palhaço, brincando sem pensar no mal.

De futuro incerto,

De realidade amarga, na chuva, com fome, sem roupa,

Sem educação, saúde, sem vida, lá estão eles rindo a toa,

De sua ignorância.

Há que haver uma saída,

Não se poder ver a pátria tantas vezes traída;

Não se pode aceitartanta barbaria;

Não se pode mais ter medo,

Ver envenenarem os filhos para continuar no poder,

Visto que somos passivos desse crime coletivo.

A hora é de mudar;

A hora é de amar.