AUTO-DESCOBERTA
Caminhei pela vida
Tropecei em partículas
De quartzo, fealdade
E no quarto
Página inquebrantável
Ávida de vida, bondade
Caminhei olhos cravados
Na clava da vida
Esgotei-me na cobiça
Provei águas vaporosas
Da inveja
Vi o insulamento do homem
Em máscaras inumanas
E do lamaçal
Estercos lodosos
Vi nascer flores
Vi minha alma
Impondo-me à solidão
Resgatada dos cactos
Asilada do deserto
Exilada de mim mesma
Da sombria mão do mundo
Dos dentes abismosos
Do ódio, face fingida
Dos juízes sem juízo a festa
Da flor não colhida
Em me descobri poeta