CONDENADO POR DESISTIR

Réu de um tribunal que não existe

Fosco frente ao brilho de um acusador

Trêmulo em saber que sou inocente e só

Tomado de temor por não saber o que fazer

Acusam-me de pétreo e cético

De cético sim, mas lúcido que isso não é pecado

Jamais pétreo, pois rígida só és comigo oh justiça injusta

Jamais fui duro frente ao amor

Apenas não compactuei com a lascívia desta ingrata

Esta vida bandida e tão somente efêmera

Que me apunhalou ao me fazer tênue

Só por isso fiz o que fiz

Achei que se afastando da mesmice teria paz

Pensei que jamais seria julgado por ser triste

Violei apenas o meu próprio intimo

Como podes ser tão rude assim agora?

Como pode dizer que sou mal?

Quem és para dizer, ser melhor que eu?

Oh justiça se fostes tão justa não seria assim tão deprimente

Não seria vista de forma tão dúbia

Se vais me condenar por desistir do mundo

Pegarei então prisão perpetua

Pois a minha ânsia por amar se tornou lívida

A minha audácia se tornou fugaz

A minha esperança se fez curta

A minha historia se transformou num dilema

As algemas me são colocadas

Adeus,

Quem sabe pena de morte?

Então, adeus!

Altair Jose
Enviado por Altair Jose em 09/01/2011
Código do texto: T2718290