A ALMA DO POETA

É bom poetizar. Sentir a vida. Avaliar a morte.

Porém, tão sofrida é a alma do poeta,

Justamente por sentir com mais intensidade.

Existirão fatos mais tristes e comuns

Do que crianças exploradas e famintas,

Objetos instrumentais dos pedintes,

E idosos desprezados e pobres

Nas calçadas, nas sarjetas, no lixo,

Vítimas da violência bestial dos homens?

Matam-lhes a matéria, as almas, os espíritos

Numa sociedade mesquinha e egoísta

São realidades por demais doídas,

Contrárias ao Grande Plano Universal.

São dores que atingem implacavelmente

A alma sensitiva do poeta.

Poeta, sensível é o teu íntimo ardente

Porquanto somente a ti é dado o direito

De sentir integralmente os efeitos

Que trazem a alegria e a dor.

Ainda que em rápidos e efêmeros instantes.

Ou então para momentos eternos.

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Do livro “Caminhos Mais”, Edição da autora, Teresina, 1995, página 17.

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Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 11/01/2011
Reeditado em 23/02/2013
Código do texto: T2721887
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