a estrela e a esfinge

destrua o passado que me fez como sou

e mesmo em cacos e extirpada refletirei fria

nos seus olhos vazios de pedra, cimento e cal

pensa na imperfeição dos subjetivos pretéritos

e conjura-me intento além da razão perfeita

de seus enigmas vesgos de re-composição

na temperança vago quase branda

no meu corpo celeste extingo-me

e meus fragmentos envio como chuva

e banharei sua face e essa maldita babilônia

que tem por deserto, seu chão, seu limite

que minhas memórias sejam só espórios

fuja ao me ver derramada

dos monstros que criei e rememoro

pois só do pó ao pó estar sem ousadia

há séculos busco a musa manca

aquela que os olhos renegam por culpa

e que a farsa regurgita por já tê-la de cor

Larissa Marques
Enviado por Larissa Marques em 11/01/2011
Código do texto: T2722895
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