SOB A LUZ VAZIA DE UM PAPEL EM BRANCO

Há dias permanecendo inerte

a minha própria razão.

Há dias tentando sugar

de dentro da alma

mais uma gota da inspiração

que movia meus pensamentos

mais safados e sinceros.

Guris sapateiam a existência

com sorriso nos lábios,

cobertos de emoção sensata

que cultivavam nas raízes.

Nada melhor que uma boa travessura

para adormecer nos braços da noite

em conforto absoluto.

A desobediência necessária a luz

dos acertos,

cedia em passos curtos

como quem obedece a própria estupidez.

Continuava à gastar litros de tinta

com a inutilidade de dispensar

papeis de brancos vazios

-não simplesmente vazio de palavras-

mas orfãos de idéias,

de mudanças necessárias

à verdadeira criatividade mortal

de um frívolo esteta

reclamando a dor alheia.