A morte veste fantasias

Eis que chega a morte

Fantasiada de desculpas

_ Foi um tiro

_ Mas poderia ter sido uma faca

_ Ou então uma corda

_ Uma overdose de remédios, um lago, uma linha de trem.

Talvez uma fantasia

Mais poética

_ Morreu de amor

_ Apaixonado

_ Triste, pelo amor não correspondido.

Ou ainda, quem sabe,

Uma fantasia heróica

_ Morreu lutando

_ Defendendo seus ideais

_ Um bravo, não se calou perante a morte.

Mas, seja qual for a desculpa

_ A dos bravos guerreiros

_ A dos poetas apaixonados e sonhadores

_ Ou, a dos desesperados, que buscam no suicídio um pouco de paz e descanso,

Ela, morte, nunca terá uma bela fantasia.

Elano Ribeiro Baptista

Outubro de 2006.

Elano Ribeiro
Enviado por Elano Ribeiro em 24/10/2006
Código do texto: T272709