A morte veste fantasias
Eis que chega a morte
Fantasiada de desculpas
_ Foi um tiro
_ Mas poderia ter sido uma faca
_ Ou então uma corda
_ Uma overdose de remédios, um lago, uma linha de trem.
Talvez uma fantasia
Mais poética
_ Morreu de amor
_ Apaixonado
_ Triste, pelo amor não correspondido.
Ou ainda, quem sabe,
Uma fantasia heróica
_ Morreu lutando
_ Defendendo seus ideais
_ Um bravo, não se calou perante a morte.
Mas, seja qual for a desculpa
_ A dos bravos guerreiros
_ A dos poetas apaixonados e sonhadores
_ Ou, a dos desesperados, que buscam no suicídio um pouco de paz e descanso,
Ela, morte, nunca terá uma bela fantasia.
Elano Ribeiro Baptista
Outubro de 2006.