A Minha caneta afiada desdenha o mundo

O seu corpo é uma folha em branco

O sangue ilustra quaisquer emoções

Os respingos de tinta são virgulas e interjeições

Rimas bobas que prendem as atenções

Sou filho do silício,

carregado pelos veículos de massa

Não sou diferente, não sou singular,

nem tenho estórias interessantes para contar

Mas tenho alguma coisa para rimar

Preenchendo a tabula rasa

Quilômetros longe da ascensão

Cada vez mais perto do meu cérebro

Fundo e mais fundo...

Um buraco na superfície da colcha de retalhos

Lá no meio está o seu útero

Dentro dele, um fungo

inflama teorias ridículas sobre o tempo e tudo

Eu sei o que você sabe sobre mim

Você sabe o que sei de ti

Sabemos que não teremos o mesmo fim

Você................................Sempre um mistério

Uma radiografia sua me ajudou a esclarecer

Vi seus fios de cobre e suas placas torácicas

Quis ter você em minhas entranhas

Entremear-me em sua rede

e ser tão bom quanto

mesclar nossos antecedentes

Minha vida vai-se embora,

mas estou salvo em sua memória

Algo falta ser dito

Uma corda é jogada para o fundo do poço,

de onde uma lembrança está para ser resgatada

Milhares de informações em menos de um segundo:

A bolsa quebrou, meu leito azedou, a bomba eclodiu

Quem sabe não viu, mas pode contar

As letras maiúsculas, nas entrelinhas minúsculas

Respiro esse ar

Todo metálico, plástico e colorido

que entorpece os sentidos,

doem os tímpanos

E no fim...

estou vencido

Verme
Enviado por Verme em 24/10/2006
Código do texto: T272710